Como montar um PC para arquitetura

É recorrente a dúvida de qual é a configuração ideal para um computador exercer trabalhos voltados para arquitetura. O fato dos componentes de hardware mudarem a cada ano, faz com que a insegurança seja ainda mais constante. O computador que era top de linha hoje, em alguns anos já fica obsoleto e pedindo um upgrade.

Por esse assunto ser tão volátil, não faz o menor sentido uma recomendação com configuração X ou Y sem entender a função de cada peça de hardware. Então vou destrinchar cada componente para ajudar você que está lendo na hora da escolha do seu computador. Se este assunto te amedronta, acalme-se que falaremos de modo bem didático. Você vai acabar a leitura independente dos técnicos de TI ou dos sobrinhos que ajudam na escolha do computador.

Abordarei primeiramente a diferença entre notebooks e desktops e depois falarei das peças e recomendações mínimas e recomendadas de cada uma.

NOTEBOOK vs. DESKTOP

O primeiro ponto que venho a dissertar é: mobilidade é importante pra você? Você necessita usar o mesmo computador na faculdade, em casa e no trabalho?

Pergunto isso pois, no meu caso, sejam em tarefas repetitivas como cotar paredes; ou que demandem um maior esforço intelectual/criativo como projetar, eu preciso de um espaço reservado e com tranquilidade. Sendo assim, no meu dia-a-dia, notebooks sempre ficaram presos a uma tomada. Nunca usufrui de sua mobilidade. E sem sua flexibilidade, o notebook acaba sendo um péssimo negócio, pois seu custo-benefício em relação a performance não atinge o mesmo nível que um desktop; e também não permite upgrades que compensem financeiramente.

Ciente de qual é a melhor opção pra você, podemos partir para os componentes.

COMPONENTES

HD / SSD

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Tanto o HD quanto o SSD desempenham funções de armazenamento. Imagine-o como um gaveteiro, onde você coloca seus arquivos. A diferença entre os dois é na velocidade que essas “gavetas” são abertas. O HD, por ser um disco, tem sua leitura de modo físico, enquanto o SDD tem a leitura de modo digital. Não há um disco no SSD. O HD então teria uma corrediça comum em suas gavetas, enquanto o SDD teria uma corrediça telescópica. O preço de um SSD é consideravelmente mais alto que um HD. Essa situação tende a mudar, visto que a tecnologia um dia ficará mais acessível e o HD finalmente será aposentado. Mas por enquanto trabalharemos com os dois.

Normalmente acaba-se utilizando os dois componentes da seguinte forma: no SSD, coloca-se o sistema operacional e os softwares, fazendo com que o programa que demorava 10 segundos para abrir, provavelmente demorará 2 segundos uma vez instalado no SSD; enquanto no HD coloca-se os arquivos desses programas (os famigerados .dwg, .rvt, .skp, etc…).

Você poderia começar a montar seu PC com um HD de 2TB que costuma ser mais que suficiente para o armazenamento dos arquivos. Um SSD é imprescindível visto que ele aumenta bastante a velocidade que seus programas funcionarão. Um SSD de 120GB já é suficiente para instalar seu sistema operacional e alguns outros softwares mas a depender da sua necessidade, e no caso de arquitetura com tantos programas surgindo a cada dia, minha recomendação é ir para um SSD de 240GB.

MEMÓRIA

memoria

Ao pegar os arquivos do nosso gaveteiro (HD/SSD) os mesmos precisam ser dispostos em algum lugar. Desta forma, a memória funciona como uma mesa onde você coloca e abre seus projetos. Quanto maior a mesa, mais projetos você poderá abrir simultaneamente. A memória então também tem função de armazenamento, porém de modo volátil. Ao fechar o programa ou ao desligar o computador essas informações não estarão mais lá.

Um exemplo bem prático da memória é quando você começa a adicionar objetos decorativos em alguma cena do Sketchup e ele começa a travar. É necessário neste caso uma mesa maior.

No mínimo você deverá trabalhar com uma de 8GB ou 16GB para ter folga quanto as suas necessidades.

PROCESSADOR

processador

O nome é autoexplicativo. O processador (ou CPU) é o estagiário que vai ficar buscando os arquivos no gaveteiro (HD/SSD), colocando-os na mesa (MEMÓRIA), e fazendo os cálculos que cada programa requer. Todos os softwares vão necessitar de um bom processador, sobretudo o V-Ray para seus cálculos na hora do render.

Para processadores, existem duas marcas que disputam o mercado: A Intel e a AMD.

Eu escolhi dois processadores de cada marca. AMD Ryzen 7 2700X e Intel Core i7-8700 para recomendação máxima. Para configuração mínima um Intel Core i5-8400 e AMD Ryzen 5 2600.

PLACA DE VÍDEO

placa_video

A placa de vídeo (ou GPU) tem a mesma função que o processador, porém para tarefas gráficas. É dispensável ter uma boa ou extremamente necessária a depender do software que você vai trabalhar. Lumion, por exemplo, vai exigir uma boa placa de vídeo.

Como opção com bom custo-benefício sugiro uma GTX 1050 TI de 4GB, já como uma intermediária uma GTX 1060 6GB e a avançada uma GTX 1070.

PLACA MÃE

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A placa mãe é a sala onde o estagiário (CPU e GPU) e o mobiliário (HD,SDD e memória) estarão dispostos. Cada tecnologia requer uma placa mãe diferente, pois os encaixes das peças mudam conforme o modelo que você está utilizando. Normalmente, ao escolher o CPU e a GPU, o vendedor se encarregará de escolher uma placa compatível para esses componentes, junto com a fonte necessária. Pra você que gostaria de se aventurar em montar seu próprio PC, existe o site CraftMyBox  e o Pichau pra você montar seu próprio computador.

CONCLUSÃO

Terminamos aqui nosso artigo de como montar seu próprio computador. Fica claro que todos os componentes são importantes, onde você na verdade irá optar entre uma configuração mínima e uma configuração recomendada. Sempre é bom salientar que o computador é uma ferramenta de trabalho e nunca é um gasto, mas um investimento. Bons componentes aumentam a produtividade e também a qualidade dos seus trabalhos e, se optar por um investimento mais alto este computador te sustentará por mais tempo.

Se restou alguma dúvida ainda, deixe seu comentário para que possamos lhe ajudar. Um forte abraço e até mais.

matheus_assinatura_wordpress

3 comentários em “Como montar um PC para arquitetura

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  1. Bom dia Matheus. Primeiramente queria parabeniza-lo pela forma que abordou o assunto. Achei muito didático e entendi de forma clara a função de cada peça dentro do computador. Você fala no começo do artigo sobre os benefícios de ter um desktop, o que eu concordo, porém eu uso mais o notebook por estar sempre na rua ou qualquer outro lugar que não seja no escritório. Nesse caso, eu posso seguir as mesas instruções que você passou para escolher um notebook? Nos sites que você indicou, eles também montam notebooks? Eu também já pensei na possibilidade de ter um desktop em casa, montado e andar com um tablet na mão para quando precisar mostrar algum projeto para um cliente ou para acessar meu trabalho virtualmente. Será que compensa?

    Enfim, agradeço desde já a oportunidade de trocar essa ideia com você.

    Abraços e boa semana!

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    1. Olá Isabela. Tudo bem?

      As recomendações são similares, se atentando para o fato de que os processadores para os notebooks são inferiores aos de um desktop (a não ser aqueles notebooks gamers, como os da Alienware) e as placas de vídeo, se por acaso forem as mesmas, terão queda de performance devido ao gargalo que o processador faz e por questões de refrigeração.

      No site indicados, não há montagem personalizada de notebooks. Você pode tentar algo pelo site da Dell, porém é uma personalização bem limitada.

      Quanto a sua alternativa de se montar um desktop e apresentar seus projetos com um tablet, eu acho que é uma boa pedida. Isso pelo menos impede aquelas alterações ao vivo que o cliente pede na hora da reunião (rs).

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  2. Boa noite Mateus, adorei o contéudo, muito bem abordado e didático. Queria saber se tem alguma indicação para o monitor adequado para trabalhar com arquitetura!

    Desde já agradeço.
    Milena.

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